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O que tanto incomoda o PT?

Como era de se esperar, as inserções do PPS sobre as mudanças na caderneta de poupança incomodaram o PT, e também a algumas pessoas que não aceitam a existência de uma oposição e muito menos que ela seja porta voz das preocupações da sociedade.

Há dias o noticiário vem mostrando declarações do Presidente da Republica e autoridades monetárias falando da necessidade de mexer na caderneta de poupança, porém o fazem sem clareza, sem transparência, sem a participação da sociedade. O PPS como oposição colocou na ordem do dia essa questão, agora cabe ao Governo esclarecer o que realmente pretende fazer com relação ao assunto e demonstrar à sociedade que está pronto para dialogar com ela… e ponto final!

As mudanças na poupança foram anunciadas pelo próprio presidente Lula, e estão em fase de estudo. Mas, uma coisa é certa: quando se fala em mexer na poupança, todo mundo só pensa em confisco, sobretudo em períodos de crise como agora, afinal, a história escrita por Collor de Melo (pasmem, atualmente, aliado do Lula e do PT) ainda está viva nas nossas lembranças e nos livros escolares.

Então amigos, porque tanto alarde e patrulhamento?

O Partido dos Trabalhadores tenta fazer crer a sociedade que a oposição feita pelo PPS se vale dos mesmos artifícios utilizados por eles em diversas ocasiões, não chega nem perto.

A Oposição que agora enfrenta o Governo Lula é muito diferente daquela praticada pelo PT, que aparelhava os movimentos sociais para que esses atendessem aos seus interesses políticos e eleitorais, que contavam uma mentira tantas vezes quanto fosse necessário para que se tornassem verdades (já não vimos isso acontecer outras vezes na recente história do mundo…?), e não demonstrava toda essa indignação como apresentam que alguns por aqui.

Queria que houvesse uma forte reação ao “mensalão”, que até então não teve ninguém punido e o seu principal articulador tem aí um blog que volta e meia é noticia. Que se indignassem com a volta do Tesoureiro do PT, Delúbio, aos quadros partidários (pasmem! li que, em sua defesa, foi dito que a pobre criatura “agüentou calado” toda a pressão – na hora me lembrei da trilogia de O Poderoso Chefão!).

Vamos para com essa choradeira e responder para a sociedade que a poupança dos brasileiros de baixa renda não vai ser alterada, e parar de fazer ataques aos seus opositores, que ao contrário deles, fazem oposição ética e responsável.

Neste ponto, não posso de relembrar uma das máximas de Shun Tzu em a arte da guerra: A melhor defesa é o ataque – O que teme tanto o PT… Por que atacar ao invés de responder à sociedade? Afinal apontar caminhos e prestar satisfações é papel e dever de todo aquele que foi eleito pelo povo.

FIM DE UM CICLO

por  Raphael Bruno, cientista político e jornalista

Apesar de municipais, as eleições de outubro próximo fornecerão um quadro consistente das articulações políticas nacionais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabe disso. Meses atrás, falava na necessidade de buscar ao máximo reproduzir nas alianças locais a estrutura da base partidária que o sustenta. Recentemente, sinalizou para candidatos ávidos pela sua presença em palanques que deve evitar o constrangimento de apoiar uma candidatura em detrimento de outra igualmente integrante da base do governo. Quer ganhar prefeituras e ajudar aliados sim, mas sem causar tensões desnecessárias em seu próprio governo.

O PT foi mais claro. Um tanto quanto envergonhado de alguns aliados que hoje integram o governo, fala em sua resolução eleitoral em dar preferência a partidos mais à esquerda dentro da própria base. Leia-se legendas como PCdoB, PDT e PSB. Não que isso acabe tendo efeito prático mais decisivo nas coligações. A vergonha de caminhar ao lado de antigos desafetos ou corruptos notórios é muito menor do que a vontade de governar. Contudo, revela que a legenda não deixa de perceber que finalmente a liderança política que exerce no campo das esquerdas pode estar chegando ao fim.

Sinais do desencadeamento desse processo não faltam. A principal liderança aglutinadora de forças, o próprio presidente Lula, caminha para abandonar esse papel, salve uma pretensão relativa a 2014. Os tropeços na tentativa de lançar Dilma Roussef mostram que não será fácil a construção de uma alternativa interna. E o bloco PCdoB, PSB e PDT mostra-se fiel, sem dúvidas. Mas articula-se para outubro com independência. E o faz pensando em 2010. Com ou sem PT. Quem tem Ciro Gomes com 20% de intenções de voto não precisa, num primeiro momento, de Dilma com 4%.

Por fim, resta ainda o fato de que a grande paixão vivida hoje pelo governo PT é o PMDB. Abandonadas posturas e programas ideológicos mais firmes de outrora, o PT se entrega cada vez mais às relações carnais com o PMDB. Descobre, com prazer, que para seus fins imediatos a noiva pemedebista se revela muito mais interessante do que as legendas menores que orbitam à sua volta há pelo menos 20 anos. Sem dúvida, o momento decisivo para que assim o fosse foi a disputa eleitoral de 1989. Por muito pouco, Lula deixou Brizola para trás e foi para o segundo turno contra Fernando Collor. A partir daquele momento, o PT incorporou e atraiu para si o projeto da esquerda no Brasil pós-redemocratização. Pela prática política, há tempos é no mínimo delicado situar o PT e Lula no campo das esquerdas. Nem ele mesmo assim o faz. Parece que um dos últimos elementos que ainda sustentavam esse tipo de enquadramento caminha para se esvaziar. Criado o vácuo, resta saber se alguém conseguirá ocupá-lo de maneira minimamente competitiva.

Parabéns Zé!

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por  Walder Junior, colaborador

 No domingo, dia 16 de março, José Dirceu completou 62 anos de vida. Vida marcada por movimentos estudantis, ditadura, luta armada, exílio, Cuba, Partido dos Trabalhadores, Governo e escândalos.

Parabéns Zé, por fazer parte do cenário político brasileiro seja lutando por um Brasil melhor, seja ajudando a fundar uma das maiores forças políticas de oposição, o PT. Palco seu, este, por muito tempo e ainda o é.

Parabéns Zé, pelos abraços e felicitações de políticos influentes e amigos de longa data que prestigiaram sua festa, o Palocci, Zé Múcio, Zé Genoino, a “Mãe do PAC”, Hélio Costa e outras personalidades que sempre aparecem aqui e ali para o nosso deleite político.

Parabéns Zé, pelo blog para discutir um Brasil mais justo, pela resposta às denúncias infundadas da revista Veja, pelo discurso da queda onde disse que saía mas não deixava de governar. 

Agora, parabéns mesmo Zé, por nos alertar e nos lembrar que as pessoas mudam, da água para o vinho, do vinho para a água ou até mesmo dá água para outra água, mais suja, contaminada, bebida por muitos nesse país.

Você mudou e sabe disso, melhor, nós sabemos!  🙂